Slow fashion é um termo que você já ouve muito na moda, principalmente quando o assunto é produção sustentável e peças duradouras. E no Minas Trend, quem veio para explorar esse lado foi Ronaldo Silvestre. Após ganhar a edição de abril de 2016 do concurso “Ready to Go“, o estilista resolveu trazer uma coleção versátil que se incluirá no guarda-roupa por anos sem perder a qualidade.
“O Slow é uma moda produzida um pouco mais lenta, mas uma moda com sentimento, uma moda em que pegamos referência de qualquer parte de Minas Gerais, o artesanal, o feito à mão das mulheres de comunidades carentes, do interior que são bordadeiras, crocheteiras e artesãs”, conta Ronaldo Silvestre ao iniciar a apresentação do Instituto Tecendo Itabira.
A escritora e jornalista Clarice Lispector foi a maior inspiração para que ele criasse as peças do desfile. Apesar de ter nascido na Ucrânica, foi nacionalizada brasileira e, especificamente, se considerava pernambucana. A lenda que mais o motivou durante o processo foi a da Yara, a partir do livro “Como nasceram as estrelas: doze lendas brasileiras” (1987). “[O desfile] resgatou muito do que é a essência do brasileiro, a essência do interior, dos causos que davam medo, dos causos que te faziam pensar antes de ir para um rio, as plantações de banana em que você não entrava, então tem muito essas riquezas lúdicas dentro da nossa história”, contextualiza Silvestre.
Instituto Tecendo Itabira
A estreia do estilista no Minas Trend não deixou designer ansioso. Silvestre estava tranquilo quanto ao processo de produção escolhido. “É uma sensação de início de missão cumprida”, revela.
Há 8 anos ele criou o Instituto Tecendo Itabira, em Itabira, MG, sua terra natal. A maior inspiração foi sua mãe, que costurou durante 40 anos para ajudar a sustentar os 10 filhos. “O meu intuito era que o ofício da minha mãe fosse passado para outras mulheres que tinham interesse”, explica Silvestre que utiliza os conhecimentos de sua formação em Design de Moda para ensinar uma metodologia de produção às mulheres. Tudo isso como forma de trazer mais qualidade e identidade para atender ao mercado atual.
“Se você lapida aquela essência bruta delas e transforma em um artigo, você consegue atender o mercado não só nacional, mas principalmente internacional. A conversa é olhar para dentro para que a moda consiga conquistar o espaço que merecemos, que não só o artesanal, mas que a moda mineira merece”, aponta.
De Itabira para o Mundo
A valorização desse trabalho vai além da questão financeira. Para Ronaldo Silvestre, o que conta mesmo é a valorização pessoal. “Quando uma costureira de Itabira produz para uma marca x e a roupa é vestida por uma celebridade, por uma Isabella Fiorentino, como foi o caso, ela fala assim ‘eu não acredito que foi eu que fiz’. Aí você vê o agente de transformação”.
Sabendo de toda essa cadeia de produção atual da moda, Ronaldo Silvestre, que se considera um dos precursores do Slow Fashion no país, propõe essa ruptura com o fast fashion até na hora de incluir as integrantes do Instituto ao resultado final. “Eu finalmente consegui trazer [para o Minas Trend] aproximadamente 20 mulheres para elas terem a chance de sentir o que é ter uma peça delas dentro de uma passarela, dentro de um evento assim”, explica Silvestre.
Moda internacional
Se engana quem pensa que o Slow Fashion proposto pela marca e a moda mineira atraem apenas os olhares brasileiros. Imagine que Ronaldo Silvestre passou por experiências de vendas no evento que indicaram um interesse internacional. “São brasileiros e até mesmo outros [compradores] internacionais que chegam, olham e falam assim ‘está aqui o que eu vim procurar’, ‘o que eu estou buscando para atender uma clientela x’”, ressalta o designer de moda.
O que mais destaca o trabalho de Ronaldo Silvestre e do Instituto é a originalidade e a preservação do que são características presentes no país. “O mercado global está procurando as essências, precisamos olhar para dentro, ter os valores e acabar um pouco com a cultura de cópia, com a cultura de referência de marca X e Y internacional. Eles estão interessados justamente em ver o que é nosso”.
Mistura de estações
O objetivo de Ronaldo Silvestre não era criar coleções específicas para cada época do ano. Isso fica ainda mais nítido quando observamos os calçados. A marca responsável por eles foi a Ramarim, que mostrou justamente a coleção de verão deste ano. Isso serviu como uma reafirmação da proposta slow de versatilidade das peças e para indicar que podem mesmo se encaixar em qualquer estação do ano.
“No slow defendemos muito roupas atemporais, elas não precisam de uma temporada, não tem um modismo. É uma peça x que você vai ter em seu guarda-roupa que ela será usada na moda festa, na moda casual e anos depois você pode resgatá-la e usá-la da mesma forma”, finaliza.
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