Na última semana, embarcamos rumo a Fortaleza para cobrir o Dragão Fashion Brasil. E como já esperávamos, ficamos completamente imersas a uma moda autoral, cheia de personalidade e pudemos conhecer (e nos encantar) com artistas que, sem dúvidas, merecem todo destaque nacional.
E em meio a tanto talento, foi difícil escolher cinco destaques desta edição da semana de moda cearense. No entanto, nossa seleção resume um pouco o que foi o evento e o que gerou mais comentários por lá. Confira:
O manifesto de Lindebergue
O designer é um dos nomes mais conhecidos e respeitados no cenário atual da moda cearense e, logo no primeiro dia de DFB, pudemos comprovar o porquê. Lindebergue levou para a passarela um comovente manifesto pelo atual cenário político nacional e mostrou o que esperamos da moda: que ela seja muito além de tendências; que faça uso do seu poder de transformação, que grite e escancare sua voz política e social.
O desfile foi aberto com uma bandeira preta, simbolizando o luto, e todos os modelos estavam maquiados de palhaços tristes. As peças tinham referências militares e de skatistas, com modelagens oversized e prezando pela pegada “sem gênero”. A trilha sonora ajudou a contar a história do manifesto e tocou na ferida, com músicas como “Senhor Cidadão”, de Tom Zé; “Canção do Subdesenvolvido”, de Carlos Lyra; e “Jesus Cristo”, de Roberto Carlos. O show foi encerrado com “Sociedade Alternativa”, de Raul Seixas, acompanhado de uma bandeira branca, representando a fé em dias melhores – e com muitas palmas, gritos emocionados e todos em pé, comovidos pela arte e sua mensagem forte e necessária.
O luxo rendado de Almerinda Maria
O trabalho primoroso em renda renascença, richelieu e linho rústico de Almerinda teve como inspiração algumas personagens interpretadas por Audrey Hepburn. Nos modelos, o luxo encontra as fortes raízes nordestinas da estilista, em um casamento perfeito. O romantismo foge do óbvio, com transparências estratégicas e modelos que esbanjam personalidade, como a calça-vestido em renda, que imediatamente já imaginamos em um red carpet internacional, sendo usado por Emma Watson (o modelo é aposta constante da atriz fashionista).
O trabalho artesanal é característica mais marcante do trabalho de Almerinda, sendo 90% da produção feita à mão. Outra curiosidade é que as peças são exclusivas e variam de R$ 2,5 a R$ 25 mil. Desejo absoluto!
Gisela Franck e a moda de Lampião
A estilista cearense é também colaboradora de estilo da marca de moda praia Água de Coco e apresentou um desfile carregado de emoção. A coleção foi toda desenvolvida em parceria com o mestre Espedito Seleiro, nome de respeito no Ceará. O pai de seu Espedito foi o responsável por confeccionar a sandália de solado quadrado que o cangaceiro Virgulino Lampião usava. O seu trabalho feito em couro em forma de arabescos apareceram não só nos seus tradicionais calçados que coloriram os pés das modelos, como também em várias peças da coleção. Trabalho manual de primeira!
Já Gisela é conhecida por seus experimentos na hora de criar, ao fazer mix de materiais no tear, utilizar matérias-primas inusitadas, apostar em texturas e criar novos tecidos. E isso ficou claro na passarela. Os modelos, apesar de possuírem uma pegada minimalista, deixavam claro o trabalho minucioso de criação. Uma peça pode, inclusive, chegar a demorar até um mês para ficar pronta.
A moda colaborativa do Babado Coletivo
Um espaço especial foi criado nessa edição do DFB, totalmente dedicado ao Babado Coletivo, uma feira alternativa de Fortaleza que reúne jovens designers autorais. E treze desses artistas se reuniram e criaram a Babado Colab, coleção 100% colaborativa e cheia de atitude, que foi desfilada no evento.
Com o tema “Peregrino Solar”, a coleção procurou contar a história do cearense que sai de sua terra natal para ganhar o mundo, levando consigo sua cultura. O interessante é que, com tantas marcas diferentes e com DNA próprio, foi possível criar algo coeso e coerente; as peças conversaram entre si. A cartela de cores foi basicamente marcada por tons terrosos, em referência ao sertão nordestino, inclusive em acessórios como as bolsas de crochê de Catarina Mina e nos óculos da “Meu Óculos de Madeira”. Reforçando o diferencial da moda nordestina, o trabalho manual com forte mistura de texturas foi destaque. Começo com pé direito!
A Frida vencedora da Unifor
Nesta edição, o DFB também promoveu o Concurso dos Novos, onde alunos de diferentes universidades de moda do país apresentaram coleções completas. E a vencedora desta edição foi a UNIFOR, de Fortaleza, que desenvolveu a coleção “Soul Frida en Viva los Muertos”, inspirada na pintora mexicana Frida Kahlo e na tradicional festa dos mortos.
E como não poderia deixar de ser em uma coleção com este tema, o que não faltaram foram cores intensas e muitas flores nas peças. As modelagens amplas, cortes modernos e trabalho no couro também chamaram a atenção dos jurados. A Universidade de Fortaleza vai receber a quantia de R$ 8.000,00 e o Troféu DFB 2016.
Uma coisa é indiscutível: a riqueza criativa marcou o Dragão Fashion Brasil e adoramos conhecer tantos talentos de perto. Já ansiosas para a próxima edição!
CRÉDITO IMAGENS: ROBERTA BRAGA/SILVIA BORIELLO/RICARDO K.
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Muito bonito esta apresentação.
Interessante.
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