Quem abriu o 2º dia de desfiles do SPFW foi a da À La Garçonne, marca de Fábio Souza, que tem como diretor de criação o estilista Alexandre Herchcovitch. O show tirou os fashionistas da cama logo cedo, já que estava marcado para começar às 10h30, no MASP. Locação incrível, estilista sensacional, obviamente valeria a pena acordar cedo, certo? E valeu!
A gigante passarela, que ocupou quase todo o 1º andar do Museu de Arte de São Paulo, foi animada com uma trilha que tinha um certo mistério, mas que fez uma moderna mistura entre hits pop, sempre a cappella, com canções famosas de Beyoncé, Lady Gaga e até Britney Spears.
E foi nesse ritmo que surgiram modelos com looks também misturados, ora com pegada esportiva literal, ora com camuflados, e ainda com rendas delicadas. O desfile apresentou roupas masculinas e femininas sem estação definida. Parkas pesadas e jaquetas de couro dividiram o mesmo espaço com vestidos florais e leves.
O interessante é que a À La Garçonne explorou o reuso de materiais e utilizou tecidos feitos com itens reciclados, tecidos antigos, esquecidos nas prateleiras das tecelagens, e até mesmo tecidos retirados de roupas vintage. Neste processo de pesquisa, surgem peças com forte apelo contemporâneo, mas que não perdem seu perfume vintage.
Composições improváveis surpreenderam e também inspiram novas experimentações. A blusa de basquete foi usada com uma saia de renda, com leve transparência, um colete camuflado arrematou um look com um vestido todo floral e por aí vai. Existe um porquê de Herchcovitch ser tão aclamado. Ele sabe se reinventar. Ele sabe tirar a moda da monotonia. E com este desfile, ele nos deu fôlego extra para enfrenta a maratona que está apenas começando…
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.