Se você é do tipo que gosta de acompanhar perfis relacionados a tatuagem no Instagram, provavelmente já se deparou com a arte da catarinense Gizele Goes. E, para retomar nossa série sobre profissionais tatuadoras, vamos falar sobre essa artista maravilhosa.
Gizele é daquelas tatuadoras que, depois que você conhece, identifica imediatamente seus traços quando vê. Uma prova disso é que bastou a participante Marcela, do BBB, surgir no reality, para o Instagram da tatuadora encher de comentários perguntando se a tatuagem no braço da médica era obra da artista. E sim: é dela mesma!
Com dois anos e meio de experiência na profissão, Gi demorou um tempo até tomar coragem para mudar de área: “Os meus colegas tatuadores faziam parecer muito difícil, estabeleciam regras e tradições obsoletas que me deixavam paralisada. Enquanto eu ficava presa no que me falavam eu adiava meu sonho. Para piorar, naturalizavam o plágio e não era assim que eu queria começar. Em um dado momento, me desprendi dessas regras e comprei minha máquina”, relembra.
Sem conseguir definir seu estilo, a artista conta que é seu traço fluido que faz com que tenha uma identidade própria e, assim, as pessoas reconheçam seu trabalho ao se depararem com ele na pele de alguém. “Vejo meu traço como uma forma de identidade visual! O fato dele ser bem característico me possibilita aplicar trabalhos distintos e variados, e ainda assim manter minha personalidade”.
Sobre suas inspirações, ela diz que consome muitos artistas de diferentes áreas, como ilustradores, arquitetos, pintores, artistas que produzem colagens, escultores e também aqueles que trabalham com arte digital. “E gosto muito das bonecas Popovys. Tenho que admitir que são verdadeiras inspirações para os meus desenhos”, confessa.
Mas, acima de tudo, sua mais importante inspiração é a pessoa que vai tatuar: “É preciso ter empatia e entender que cada um tem uma história única e foi exposta a diferentes referências visuais. Desta forma, sempre converso com os meus clientes e pego também as influências artísticas que eles possuem”.
Um dos motivos do reconhecimento da tatuadora nas redes sociais é o seu trabalho impecável de coberturas. Ao ver o antes e depois é quase impossível identificar onde se encontra o desenho antigo. Cada cobertura parece apenas um trabalho autoral, sem esse fator dificultante. “Eu me cobro muito, porque cobertura boa, eu penso, é aquela que não dá pra nem sonhar que tinha outra tatuagem por baixo”.
Enquanto muitos tatuadores menosprezam esse tipo de trabalho, Gizele ressalta a dificuldade extra que a cobertura exige: “Eu lido com pessoas que já estão decepcionadas e, em alguns casos, traumatizadas com o mundo da tatuagem. Preciso lidar com essas experiências negativas, algumas se sentem ressabiadas, acham que ainda pode dar ruim, mesmo confiando em mim”.
Em relação aos desafios técnicos, ela diz que, muitas vezes, parece que faz milagres, pois precisa contornar limitações como o tamanho da tattoo, o espaço que vai ocupar e o fato de muitos clientes acharem que cobertura tem que ser com flores, já que essa é uma das artes mais presentes em seu portfólio.
No entanto, ao destacar coberturas que mais gostou de fazer, não são as flores que estão entre suas preferidas: “Fiz a reforma de uma índia, no estúdio Farol Tattoo Palour, em Portugal, que me assustei quando vi pessoalmente o que eu iria arrumar. Mas a cliente me deu tanta liberdade e confiou tanto em mim, que foi lindo resolver aquela bucha. A reforma da gueixa também tem um lugar especial no meu coração”.
Um tipo de conteúdo muito presente nas suas redes sociais é o combate ao plágio. Constantemente, Gizele posta conteúdos explicativos sobre direito autoral e, até mesmo, denuncia cópias de seus trabalhos.
Ela conta que, desde muito nova, sua mãe cravou nela o valor de que nunca poderia pegar algo que não fosse seu e, desta forma, foi fácil entender que direito autoral é sobre isso. O direito autoral é sobre não usar o que você não produziu!
A artista acredita que esse é um assunto que se torna um pouco deturpado porque os tatuadores usam as artes dos outros e alegam que “estava na Internet”, ou que “o cliente trouxe”, ainda justificando que não sabia de quem era quando, na realidade, deveriam pensar: “não fui eu que fiz, logo, não posso reproduzir”.
Ela acredita que para acabar com o plágio, é preciso discutir sobre individualidade: “Nós somos todos diferentes uns dos outros. Nossas íris, com desenhos únicos, estão aí pra comprovar isso. Não vejo motivo algum para uma pessoa com uma tela em branco querer reproduzir a arte de outra tela. O respeito que a arte autoral proporciona é lindo! A arte autoral nos permite desenhar o que gostamos. É um ato de autorrespeito e de amor próprio”.
Por essa razão, ela assumiu uma luta diária contra a cultura antiética e criminosa da cópia.“Essa cruzada me fez entender que a verdadeira transformação está na base, na formação de novos e competentes profissionais. Desta forma, tenho me dedicado a ajudar aqueles que desejam entrar para o ramo. Por isso, disponibilizo na minha bio do instagram: @gizele.goes, um link com um e-book e um canal no Telegram para auxiliar aqueles que desejam desenvolver arte autoral na tattoo.”
Para quem quiser tatuar com Gizele, atualmente, ela atende em seu estúdio, em São Paulo. A sua agenda abre de tempos em tempos para orçamento e avaliações. As datas de abertura ficam disponíveis na bio do seu Instagram @gizele.goes. Lá, há um link com menu explicando todo o procedimento para agendar um horário com ela.
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