O 4 de julho é conhecido mundialmente por ser o “Dia da Independência dos Estados Unidos”. Mas, a data não celebra exclusivamente uma luta armada. Também é comemorado a invenção do biquíni.
O conjunto de duas peças veio para reformular para sempre a maneira como as mulheres se relacionam com o próprio corpo. O traje feminino para ir à praia sofreu mudanças ao longo dos anos, até que o modelo de calcinha chamado de “brasileiro” ganhou fama.
As passarelas da vida real revelam hoje a variedade de modelos e estampas. Mulheres desfilam os seus conjuntos, ora maiores, ora mais recatados. Como o Brasil é famoso pelas belas praias, tinha que fazer fama também na beachwear, né? E são infinitas marcas, que em alguns casos, exportam mais do que vendem para o mercado interno.
Quer conhecer mais sobre esta importante criação? O primeiro modelo foi visto em 1946 e levantou várias sobrancelhas em Paris. Para se ter uma ideia, nenhuma modelo quis ceder o corpo para apresentar as peças. A única corajosa foi a stripper francesa Micheline Bernardini, que exibiu um modelo de algodão com estampa que imitava um jornal, criação do francês Louis Réarde. Imagina o choque que a novidade causou?
Na Europa o traje chegou a ser proibido pela Igreja Católica na Espanha, Portugal e Itália. No Brasil, apenas as vedetes da TV se expunham usando biquíni, mas a grande popularidade veio com uma forcinha de Brigitte Bardot, que ignorou os conceitos da época e vestiu um fofo conjunto com babadinhos no filme “E Deus Criou a Mulher”. Além dela, mais musas do cinema como Ava Gardner e a bond girl Ursula Andress foram contra todos os preconceitos da época. Outra figura que quebrou tabus usando biquíni foi a eterna Garota de Ipanema, Helô Pinheiro, que inspirou Tom Jobim e Vinícius de Moraes a compor a famosa canção.
É muito bacana acompanhar a evolução de um traje que se tornou símbolo da liberação feminina! Nos anos 60 também surgiu o fio Lycra®, que possibilitou o surgimento de tecidos mais leves, que secavam mais rápido e tinham melhor ajuste ao corpo. Nos anos 70 não podemos deixar de destacar a irreverência de Leila Diniz, que foi à praia de Ipanema grávida de sete meses vestindo um biquíni bem pequeno. Pura modernidade!
Nos anos 80 surge com mais força o culto ao corpo e, nessa onda, nascem odelos bem provocantes, tendo Monique Evans como musa e referência. Aí começou o uso do fio-dental, o modelo asa-delta, o top cortininha e a calcinha sunquini.
Nos anos 90 os biquínis começam a ser vistos acompanhados de cangas, saídas de praia e bolsas coloridas – destaque para as calcinhas de lacinho. Com a explosão tecnológica, surgem novos modelos como drapeados e partes vazadas. Nesse momento o biquíni brasileiro conquista o mundo.
Nos anos 2000 há mais novidades de materiais do que de modelos. Os novos tecidos prometem mais que a secagem rápida; alguns impedem a passagem de raios ultra-violeta e até a proliferação de bactérias. O mix and match de estampas e o uso de acessórios como peças metálicas, cordas, pedras e brilhos ganham espaço e conquistam a mulherada, aumentando o status da moda praia. Hoje os biquínis são democráticos, cada uma sabe escolher o que lhe favorece. Tops com enchimento são só uma das opções.
Viu como a comemoração pela criação do biquíni é necessária? Foram anos de pesquisas e muitas mulheres escolheram ousar e hoje fazem parte dessa história que revela mais do que a liberdade: expõe a essência feminina e, claro, brasileira – que adora areia e mar.
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