É, parece que não vamos deixar de continuar tirando lições dessa pandemia. Dentro da reflexão que já fizemos sobre a forma como nos relacionamos com a nossa própria casa, está a percepção que cada um tem do seu “paraíso particular”. Se antes aquela reforma ou melhoria era postergada, agora nada é mais urgente do que estar com a casa “em dia”. Mesa posta, gastronomia, dicas de faça você mesmo e outros tutoriais bombaram nas redes. Assim como empreendedores que se reinventaram com as novas demandas que a pandemia criou.
E foi assim que profissionais da área de eventos desenvolveram estratégias para atender às novas necessidades, que comprovam a valorização das coisas que não precisam ser perenes. Por que não eternizar as flores, que antes seriam descartadas após decorarem aquele momento especial? Arranjos permanentes surgiram como uma bela ideia para decorar a casa, perpetuar a beleza do dia do casamento e até fazer uma economia no orçamento familiar.
Mas, para produzir belíssimos arranjos eternos, é necessário uma técnica artesanal para desidratar as flores e folhagens. E os profissionais se destacam pelo enorme talento e cuidado em todas as fases do processo. A arquiteta Cris Balbi (@inflore.crisbalbi) e alguns outros decoradores de BH desenvolveram ateliês – muitos em casa mesmo, onde as flores e folhagens passam por essas etapas e são acompanhadas bem de pertinho pelos artistas.
“A secagem varal é a técnica caseira mais simples, porém é um processo meticuloso. O tempo para cada processo varia muito porque sofre influência do clima, mas cada uma tem o seu tempo, que pode chegar a duas semanas”, conta Cris Balbi. Rosas, hortênsias, lavandas, limóneos, perpétuas, sementes e muitas outras são desidratadas pela party designer.
Flores presentes nos momentos mais marcantes da vida
Criações que vão te acompanhar em circunstâncias importantes, reforçando memórias e sempre agregando beleza. “Ao longo dos últimos anos já temos visto uma tendência forte de incorporar elementos desidratados na decoração dos casamentos. Começamos com folhagens, sementes e flores misturados com flores naturais, que tem referência dos ‘pampas’ na pegada boho chic”, explica.
“Esse processo me despertou o interesse em trabalhar apenas com as flores desidratadas para os arranjos, porque se tornou comum minhas noivas perguntarem sobre a possibilidade de desidratar o bouquet depois, mas isso é inviável para alcançar o efeito 3D. Então eu já pensava em trabalhar com o desidratado desde o princípio do processo de desenvolvimento das composições florais, permitindo que a noiva use as peças em outros momentos, como nas fotos pós-casamento, decorando a casa e até como peça para uma renovação de votos anos depois”, diz.
Todas as flores podem passar por esse processo?
O trabalho de desidratação é diferenciado e minucioso. Antigamente se desidratava flores em livros, para emoldurar em quadro ou até manter uma flor como recordação de algum momento especial, mas hoje observamos um resultado diferente, por isso o processo também mudou.
Flores que caem dos galhos, como a orquídea, não podem ser desidratadas para um resultado 3D, que é aquele que você olha e vê a flor em seu formato natural, com todos os contornos e volume. Isso exigiu dos profissionais uma pesquisa para mapear quais espécies podem passar por esse processo e conservar a beleza natural.
“A coleção “Inflorescência” constitui o design floral de vários elementos do casamento que podem ser eternizados, como: lapelas dos padrinhos e noivo, bouquet, coroas de damas e noivas, passador para o cabelo. Os desidratados para acessórios de casamento tiveram uma aceitação incrível porque se tornam eternos para o casal”, afirma Cris Balbi.
“Imagina uma noiva casar com um passador de flores desidratadas no cabelo e depois usar a mesma peça quando fizer seu ensaio gestante? O bouquet da dama pode decorar o quarto do bebê e por aí vai. Tudo para perpetuar as memórias de um dia tão sublime e sonhado!”, sugere. Fascinante, né?
É possível ter arranjos naturais e que durem por muitos anos na sua casa
Este é mais um nicho em que algumas empresas mineiras perceberam a oportunidade de crescimento. “Muitas pessoas gostam de ter a casa florida, mas fazer a manutenção dos arranjos se torna inviável em muitos dos casos, porque a troca das flores deve acontecer em média de 15 em 15 dias, fora a rotina de regar e trocar água, que exige tempo. Outro fator é que manter tudo isso exige um investimento mensal, que para algumas famílias se tornou pesado no orçamento”, conta a designer floral Cristiane Balbi. E já que fazer um investimento que não tem durabilidade não está nos planos de grande parte das pessoas, os arranjos permanentes conquistaram espaço.
Agora ficou fácil manter a casa linda e florida, graças aos arranjos criados para cada cliente. Os cuidados são mínimos e todas as orientações são super simples de serem seguidas, para evitar que as hastes quebrem e acumulem poeira.
Trabalhos tão minuciosos e que resultam em arranjos sempre diferentes um do outro, garantindo personalidade e extrema beleza!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.