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Elas indicam: Livros escritos por mulheres para ler na quarentena

  • por em 22 de março de 2020

Foto: Janeisa Tomás

Nesses tempos tão difíceis, em que nos vemos dentro de casa e consumindo informações em excesso, não há refúgio melhor do que o mundo dos livros. Aproveitar esse momento de recolhimento para colocar a leitura em dia é uma forma de controlar a ansiedade e conhecer obras e autores que podem provocar verdadeiras revoluções internas.

Para te ajudar a escolher o título que irá te fazer companhia durante a quarentena, pedi a algumas mulheres que admiro para recomendarem obras que, de alguma forma, as transformaram.

Como estamos no Mês da Mulher, todos esses livros indicados foram escritos por autoras. Afinal, não podemos perder qualquer oportunidade para destacar e exaltar umas as outras.

Para escutar: 10 podcasts comandados por mulheres

Vamos às indicadas? Confira:

Sarah Oliveira – apresentadora

“Vou indicar duas obras. A primeira é ‘Canção de Ninar’, de Leila Slimani. Ganhei de aniversário do meu irmão e comecei a ler ontem. Leila é uma escritora e jornalista franco- marroquina e este livro dela é super premiado. Trata-se de um romance trágico que provoca reflexão sobre estereótipos de gênero, classe e raça, ao contar a história de uma babá e a mãe da criança que a contratou.

Também indico ‘Devoção’, da Patti Smith. Eu a amo e o livro dela, ‘Só garotos’ é um dos mais importantes da minha vida. Em ‘Devoção’, ela destrincha seu processo criativo e faz com que a gente fique mais próximo de sua escrita. Como fã dela que sou, esse pocket book foi um deleite”.

Bruna Valença – fotógrafa

“Queria indicar o livro ‘O ano em que morri em Nova York’, da autora Milly Lacombe. Esse foi um livro que mudou minha vida e me ajudou a passar por um processo bonito de autoconhecimento”.

A protagonista deste romance suspeita de que tenha sido traída pela esposa durante uma de suas viagens de negócios. Com isso, surgem a angústia, o medo, a desconfiança e a dúvida. A obra não é apenas sobre traição, mas sim sobre autoconhecimento, e, acima de tudo, uma história de amor a si próprio.

Esse é o primeiro romance da jornalista Milly Lacombe.

Babi Berger – modelo

“Vou indicar um clássico, ‘Mulheres que correm com os lobos’, da Clarissa Pinkola Estés. Toda mulher que não leu ainda deveria ler. Inclusive, para aquelas que já leram, também vale a releitura (já está separado para a minha quarentena). É um livro que considero de autoconhecimento”.

Bárbara dos Anjos Lima – editora do site Universa e co-criadora do podcast “Estamos Bem”

“Vou indicar o livro ‘A menina da montanha: A trajetória real da americana que pisou numa sala de aula pela primeira vez aos 17 anos até a conquista do doutorado em Cambridge’, da escritora americana Tara Westover (obs: por incrível que pareça o nome em inglês é apenas “Educated”, algo como “Estudada/ Instruída”).

A história autobiográfica mostra a trajetória de uma mulher nascida em uma família mórmon ortodoxa. Tara foi criada na área rural de uma cidade pequena por um pai fanático, que proibia os filhos de estudarem em escola formal e até ter cuidados médicos e hospitalares.

Apesar dessa criação, ela sempre gostou de estudar e inspirada em dos irmãos mais velhos, que conseguiu quebrar esse realidade e entrar numa universidade. Tara resolveu apostar nos estudos como uma nova possibilidade de vida.

No livro, ela faz um resgate dessa infância e adolescência peculiar de uma maneira muito descritiva que me deixou de boca aberta em vários trechos. Em certos aspectos, é o retrato de uma realidade um pouco distante do que estamos acostumados a ver no Brasil, mesmo assim me emocionou muito – as relações familiares, a violência que ela sofre e, especialmente, a garra para sair daquela realidade são universalmente compreensíveis”.

Carla Paredes – sócia do site Papo Sobre Autoestima

“Também quero indicar dois livros. O primeiro é ‘Memórias da Plantação’, da Grada Kilomba. É um livro que fala sobre o racismo cotidiano de um jeito muito claro. Acho que todas as mulheres brancas deveriam lê-lo.

O segundo é “O Ano que disse Sim”, de Shonda Rhymes. Para esses dias incertos, acho que uma leitura leve, agradável e inspiradora pode nos ajudar a deixar a energia mais positiva. Então, indico esse!”

Tati Barros – Repórter do Fashionistando

“Vou indicar o livro que mais mexeu comigo até hoje e, em qualquer oportunidade que tenho, sempre o recomendo. ‘Infiel – a história da mulher que desafiou o Islã’ é a autobiografia da Ayaan Hirsi Ali, que já foi deputada do parlamento holandês e considerada uma das pessoas mais influentes do mundo pela Time.

Mas até chegar nesse posto, Ayaan passou por situações que são quase impossíveis para nós, mulheres ocidentais, sequer conseguirmos imaginar. Nascida em uma tribo na Somália, ainda na infância, ela sofreu sofreu mutilação sexual e espancamentos brutais, fugiu de um casamento forçado e se exilou na Holanda.

Para completar, ainda foi ameaçada de morte por fazer o filme “Submissão”, em que denunciava a situação da mulher muçulmana. Seu parceiro na produção da obra, o cineasta Theo van Gogh, foi morto, em 2004, a tiros em Amsterdã por um marroquino, que em seguida o degolou e lhe cravou no peito uma carta em que avisava que Ayaan seria a próxima vítima.

Essa autobiografia é uma lição de vida. Ver onde essa mulher chegou, mesmo com as piores adversidades, com toda uma cultura e uma religião contra si, é mais do que inspirador”.

Luisa Reiff – jornalista especializada em comunicação digital

‘Mulheres, Raça e Classe’, da Angela Davis, é o livro que eu estou lendo no momento e trata-se de uma experiência bastante forte. Davis é uma grande ativista e militante do movimento negro e ter contato com a obra dela tem sido importante para apontar questionamentos nos quais, até então, eu não havia me aprofundado.

Com prefácio de Djamila Ribeiro, a obra é fundamental pra uma análise com amplitude e pensamento crítico sobre a nossa formação enquanto sociedade até os dias atuais”.

Beatriz Moraes – estagiária Fashionistando

“Eu já acompanhava o conteúdo da Júlia pelo YouTube, onde ela fala sobre assuntos diversos, como relacionamento, cinema, viagem e comportamento, e sempre me identifiquei muito com seu jeito de pensar.

Durante um tempo, ela era muito questionada sobre não estar em um relacionamento, se estava feliz sozinha, se sentia preocupação em ter 30 anos e não ter encontrado alguém. Até que ela escreveu o livro ‘Para as solteiras, com amor’, onde conta as dores e delícias de ser solteira.

No livro, ela compartilha algumas histórias pessoais e comunica com as leitoras de forma bem leve e divertida. Tive a impressão de que éramos amigas, que estávamos sentadas em um restaurante conversando e tomando uma taça de vinho!

É aquele tipo de livro que aquece o coração, nos faz gargalhar e querer viver mais e bem com nossa própria companhia, sempre dedicando e investindo no melhor para nós mesmas!”.

Fabíola Paiva – Editora Fashionistando

“Minha indicação é o livro “A coragem para liderar”, da Brené Brown. Conheci a escritora por causa de uma amiga: ela publicou no Instagram trechos do TED Talks em que Brown fala sobre vulnerabilidade. A palestra está disponível na Netflix. Assisti e pronto: fiquei fã instantaneamente. Para Brené, “liderança não tem a ver com cargos, status ou poder. Um líder é qualquer pessoa que se responsabiliza por reconhecer o potencial nas pessoas e tem a iniciativa de desenvolvê-lo. Quando temos coragem de liderar, não temos a pretensão de ter sempre as respostas certas, mas nos mostramos curiosos e fazermos as perguntas corretas”.

Como empreendedora, exerço um papel de liderança na minha pequena empresa e, aprender com mulheres como Brené Brown, é sempre um privilégio.

Para quem nunca ouviu falar sobre ela, Brené Brown dedicou as últimas duas décadas a estudar as emoções e experiências que dão significado a nossa vida. Ela já palestrou e já trabalhou com grandes líderes do mundo, com CEOs de grandes corporações. Ela é, de fato, uma mulher forte, instigante e corajosa. Vale a leitura!”.

Se você também tiver indicações de livros inspiradores escritos por mulheres incríveis, não deixe de compartilhar com a gente. E boa leitura!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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MAUSONARO

Nem durante as pandemias as feminazis param.

Júlia Motta de Castro

Falou o Fascista fake

Laura Beatriz

Faz assim: a próxima vez que você quiser demonstrar sua insignificância intelectual, você escreve num papel e engole, panaca.

Júlia Motta de Castro

Adorei <3 <3 <3

Laura Beatriz

Dizer que eu amei essa matéria é o maior dos eufemismos. Por favor, assim que possível, faça mais dessas. Virei fã. Sucesso e obrigada!