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Agulha X Ponteiros

Um dos temas mais comentados e discutidos quando o assunto é moda é a relação entre as modelos e a balança. O corpo feminino ideal foi sempre alvo de mudanças, desde os apertadíssimos corseletes até a conquista de espaço no altíssimo escalão da moda das chamadas modelos “plus-size”.

Depois da morte da modelo brasileira Ana Carolina Reston por anorexia, em 2006, muito se falou em mudar os estereótipos e parecia tardia a entrada no apertado hall da notoriedade da moda das modelos com corpos “normais” – que vestem 38/40/42 – que retratam a realidade de uma geração. Mas, infelizmente, no mundo da moda a hipocrisia é ato recorrente e nada foi feito concretamente (ou insistentemente). A ditadura da magreza continua estampada nas capas das revistas e passarelas pelo mundo.

Crédito: Reprodução

Dito isso, muito me admirou quando quase não reconheci Crystal Renn nas páginas da edição de março da revista Interview. Uma das modelos que mais me agradava por exatamente nadar contra esta corrente (e que conseguiu assim alcançar mares altos como campanhas de grandes marcas, como Chanel e Jean Paul Gaultier; capas e editoriais comentadíssimos em revistas renomadas), ela vem desaparecendo diante de nossos olhos levando com ela a custosa exposição na moda das modelos GG. Desde 2010 ela aparece em revistas e eventos tão magra que é quase impossível perceber que se trata da mesma pessoa.

 

Crédito: Noir Façade

Crystal foi uma das modelos que mais conseguiu levar o corpo “cheinho” às páginas de revistas de moda e passarelas no mundo. Era um exemplo de que não é necessário ser magérrima para ser linda. Agora, toda sua carreira parece uma triste falsidade.

Em um momento em que nada mais parece nos intrigar e estilistas precisam de um “tempo” para entender onde a moda de hoje vai chegar (leia-se Ronaldo Fraga), foi-se embora com os quilinhos a mais de Crystal a única forma de levar a moda para mais perto da realidade. Foi-se embora, também, o conceito inicial da moda, onde as modelos levavam à passarela produtos para serem vendidos às mulheres reais e não alegorias carnavalescas e adornos impossíveis de serem usados. Enfim, parece mesmo que o que é real não cabe mais na moda. Talvez fosse interessante que todos os criadores seguissem o exemplo de Ronaldo e fizessem uma reflexão. Afinal, para quê e para quem serve a moda atual?

Amanda Correa

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